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Newsletter Março 2018 - BRASPEN


A obesidade apresenta etiologia complexa e multifatorial relacionada a fatores genéticos, ambientais, psicológicos e estilo de vida.


Mais recentemente, a composição da microbiota intestinal também foi associada ao ganho de peso e obesidade1. Estudos têm mostrado alteração na diversidade da microbiota intestinal de individuos obesosquando comparados com indivíduos eutróficos2. Neste contexto, a manipulação da microbiota, utilizando pré, pró e simbióticos, pode ser estratégia benéfica para o manejo da obesidade. Muito se publicou nos últimos anos a respeito desse tema entretanto, os resultados são pouco consistentes.  


Em recente revisão sistemática, Crovesy et al. (2017)3 avaliaram 14 ensaios clinicos que utilizaram espécies diferentes do probiótico Lactobacilos para tratamento da obesidade. Os autores concluíram que o efeito é espécie dependente; sendo L. gasseri, L. plantarum e L. rhamnosusas espécies que apresentaram melhores resultados. Enquanto que o L. caseiparece não ter efeito na perda de peso. Entretanto, ao avaliarmos os trabalhos originais pode-se observar grande variedade nos métodos com diferentes doses e tempo de administração, além de pouco controle de possíveis bias como ingestão alimentar e atividade física. Além disso, a perda de peso observada variou de 600 g. a 1Kg. 


Em outra recente revisão sistemática, Seganfredo et al. (2017)4 constataram que a utilização de pré , pró e smbiótico leva a alteração da composição da microbiota mas, nem sempre associada a perda de peso. Desta forma,  podemos concluir que apesar de ser assunto promissor ainda não há evidências científicas robustas que sustentem a prescrição de probióticos para a perda de peso. É importante destacar que quanto mais diversa e densa a microbiota intestinal maior é a associação com desfechos saudável. Assim, o incentivo ao parto normal, aleitamento materno, além de consumo diário de fontes de fibras e produtos fermentados  ainda é a melhor estratégia.


Por: Simone Vasconcelos Generoso 


Professora Adjunta do Departamento de Nutrição da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais


Referências Bibliográficas:


1. Ley RE, Turnbaugh PJ, Klein S, Gordon JI. Microbial ecology: human gut microbes associated with obesity. Nature. 2006 Dec 21;444(7122):1022-3.


2. Ridaura VK, Faith JJ, et al. Gut microbiota from twins discordant for obesity modulate metabolism in mice. Science. 2013 Sep 6;341(6150):1241214. 


3. Crovesy L, Ostrowski M, Ferreira DMTP, Rosado EL, Soares-Mota M. Effect of Lactobacillus on body weight and body fat in overweight subjects: a systematic review of randomized controlled clinical trials. Int J Obes (Lond). 2017 Nov;41(11):1607-1614.


4. Seganfredo FB, Blume CA, Moehlecke M, Giongo A, Casagrande DS, Spolidoro JVN, Padoin AV, Schaan BD, Mottin CC. Weight-loss interventions and gut microbiota changes in overweight and obese patients: a systematic review. Obes Rev. 2017 Aug;18(8):832-851.

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