Dormência: quando este sinal do corpo pede atenção neurocirúrgica

Especialista explica sobre esse sintoma que pode parecer comum, mas deve ser investigado

A dormência, muitas vezes percebida como um simples “formigamento” nas mãos, pés ou rosto, pode parecer algo inofensivo e passageiro. No entanto, quando ocorre de forma frequente ou associada a outros sintomas, como fraqueza muscular, perda de sensibilidade ou dificuldade de movimentação, é um alerta do corpo e que não deve ser ignorado. 

Para a Dra. Vanessa Milanese, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), os sinais descritos acima podem indicar alterações neurológicas que exigem avaliação especializada. “Em muitos casos, a neurocirurgia tem papel essencial tanto no diagnóstico quanto no tratamento das causas da dormência. Condições como hérnias de disco, compressões nervosas, tumores cerebrais ou medulares, e malformações vasculares podem comprometer os nervos responsáveis pela sensibilidade e pelo movimento”, comenta a especialista.

Através de exames de imagem e avaliação clínica detalhada, o neurocirurgião identifica a origem do problema e, quando necessário, propõe intervenções cirúrgicas para restaurar ou aliviar os sintomas da função neurológica.

Tumor de Schwannoma como uma possível causa de dormência 

Apesar de benigno, esse tipo de tumor pode ser perigoso devido à sua localização. “O tumor de Schwannoma  surge das células de Schwann que ficam em volta do sistema nervoso periférico. São tumores que podem crescer a ponto de impactar estruturas próximas causando compressão do canal auditivo interno, levando a tonturas e paralisia do nervo facial, além de perda auditiva. Também podem afetar a deglutição, o movimento dos olhos e as sensações gustativas ou causar paralisia facial", afirma.

Quando não assintomáticos, os pacientes costumam apresentar um caroço visível que pode ficar sensível quando pressionado, e causar dormência ou sensação de alfinetes e agulhas cutucando o local. 

O reconhecimento precoce da dormência como um possível sintoma neurológico é o primeiro passo para evitar danos permanentes. “Por isso, é fundamental buscar orientação médica ao perceber qualquer alteração sensitiva persistente. O corpo sempre avisa quando algo não vai bem”, finaliza a médica.